#tamojunto mesmo que cada um esteja em sua própria casa

O diário de uma professora e artesã que ainda sonha mudar o mundo.

Família - Arquivo Pessoal

“Me apaixonei por um olhar / Por um gesto de ternura / Mesmo sem palavra / Alguma pra falar”

(Marcelo Tranquilli Barbosa; Elcio Barretti; Evanil Silva; Fabio Leal – Quando a gente ama. Intérprete Oswaldo Montenegro).

Esse negócio de vídeo conferência é uma onda mesmo! Imagina que até o grupo da família Buscapé (Sim! Também tenho uma família Buscapé, que um dia foi conhecida como a família dos 5 monstrinhos) ... enfim, a minha família se rendeu à tecnologia e a cada três dias nos encontramos na telinha do celular. Não é igual aos encontros perfumados de cremes para cabelos cacheados, esmaltes, terra mexida, plantas cortadas e comidas deliciosas, mas são animadíssimos. Nasci em uma família abençoada. S2 Sempre damos um jeito de estarmos juntos.

Acreditem, minha família é inspiradora. Um conjunto de figurinhas lindíssimas e convencidas de sua própria beleza, detentoras de personalidades fortes e muita sabedoria. Mainha insiste que a educação faz da gente pessoas melhores, concordo com ela, a mulher que criou seus filhos sozinha depois que ficou viúva. Voltou a trabalhar, ficou mais bonita, dona de si, um exemplo... inclusive fez uma faculdade, estudou Pedagogia - na mesma época eu já estava no segundo semestre de Letras. Não conseguiu convencer meu irmão a seguir adiante, mas todas as meninas fizeram graduação. Sei que parte de nosso sucesso vem do incentivo, principalmente de ser independente. A educação tem esse poder de nos tornar gente de bem se formos bem orientados, por isso os professores precisam de motivação para estarem em sala de aula e os familiares, guardiães das crianças e adolescentes, devem incentivar a dedicação aos estudos.

Estudar sempre foi prioridade lá em casa, mesmo quando a gente não entendia o que isso significava. E até hoje meus irmãos repetem aos meus sobrinhos, quando eles apresentam as boas notas nas avaliações escolares, o que ela nos dizia “Que bom! Parabéns! Mas não fez mais que a sua obrigação.” (risos) Que raiva escutar isso, né!? Mas tem uma razão de ser. Uma de nossas tarefas do dia era estudar, a outra era manter a casa organizada e limpa, além de todos os irmãos vivos e de bem (brigávamos pra caramba, principalmente quando desarrumavam minhas coisas, da tal virginiana). Quando começamos a trabalhar, depois dos 14 anos, não mudou a exigência com as tarefas escolares, por acaso aumentou. É que os empregos eram passageiros, porém nossa dignidade é para uma vida inteira de orgulho pelas escolhas que fizemos. Até hoje entendemos que os empregos são passageiros, que somos substituíveis por inúmeras razões, só não seremos pela capacidade de nos reinventarmos. A educação tem dessas coisas, nos tornam independentes. Perde aqui para conquistar acolá e seguir em frente porque tem um objetivo: viver com qualidade.

Sei que é difícil manter a rotina (e põe difícil nisso). No entanto, você deve se reinventar sempre que perceber que as coisas estão perdendo o ritmo. Minha família se reinventou para estar junta. Meus amigos estão validando os tantos aplicativos que possibilitam os reencontros, cada um de sua casa. Até Caetano Veloso cogita fazer uma live para encontrar com seu público, enquanto o Alceu Valença se prepara para a segunda apresentação ao vivo. Os cursinhos e escolas particulares disponibilizaram as plataformas para aulas virtuais. As escolas públicas tentam minimizar os impactos da falta de aulas na vida do estudante que não tem acesso à internet. Então, por que não tentar ficar juntos com cada um na sua casa e priorizando apoiar seus sonhos?

Palavras-chaves: Autocuidado. Distanciamento Social. Educação. Família. Professora. Redes Sociais.