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Ensinar e aprender em tempos de mudanças culturais

  • Foto do escritor: Raigil Rosas
    Raigil Rosas
  • 5 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de jan.

O diário de uma professora e artesã que ainda sonha mudar o mundo.

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Os Professores viraram youtubers; Coordenadores e Diretores, editores de vídeos. Todos trabalham 24 horas de domingo a sábado. A escola definitivamente não parou! Reinventaram a educação conteudista.

Pensar as nossas atitudes diante do quadro atual de Distanciamento Social devido ao COVID-19 é um enorme desafio. Estou longe de minha família, bem longe mesmo :-(. Minhas amizades estão confinadas, assim como eu (Quer dizer... uns teimosos, maiores de 60 anos, estão por aí. Fazer o quê?). O fato é que as escolas estão trabalhando EAD –Educação à Distância, como se fossem assim desde sempre.


Eu já estudei na modalidade EAD e posso garantir que é difícil, principalmente para a minha geração que nasceu antes do computador (Sou vintage, gentê!). Fiz três cursos, perdi o primeiro semipresencial (E-va-di-da, sabe o que é? Então, é quando a pessoa não conclui as atividades online. Que vexame!), refiz duas vezes o segundo, e consegui terminar em tempo hábil o terceiro. Não é fácil! Pior ainda quando tudo que te oferecem é copiar/colar, decorar/completar etc. Nada criativo, né?! Mas são divertidas as tentativas em ofertar atividades “revolucionárias” e de entretenimento (Isso mesmo! Grafa-se com ‘N’, viu?!). Lembrei de uma charge de Nik (mais conhecido como Gaturro), na qual a professora, para inserir a tecnologia na sala de aula, utiliza uma enorme tela de TV e continua com o mesmo planejamento de outrora.


Infelizmente, tudo isso nada tem a ver com a ideia de Educação Libertadora (Já disse que sou fã de Paulo Freire?). Pois é, acredito que a educação pode e deve transformar a sociedade de modo a garantir que toda a população possa usufruir dos privilégios de ser um brasileiro. E, como professora, aprendi que a educação formal precisa de uma drástica mudança, embora já venham tentando fazê-la - somente que são atitudes pontuais e ocorrem onde a oportunidade e seus envolvidos podem fazer acontecer. Não sei se conhecem a experiência da Escola Parque (Salvador/BA), uma inspiração de Anísio Teixeira, e a Escola Âncora (Cotia/SP), inspirada na experiência do português José Pacheco. Citei elas porque têm repercussão nacional e fica mais fácil de entender o que quero falar. Imagina aí uma escola sem grade horária estabelecida por um tempo mínimo para que o professor da matéria possa enxertar nos estudantes todo o conhecimento possível (Entenda ‘conhecimento’ por ‘conteúdo’). Pronto. O que resta é a oportunidade de se reinventar a educação através do compartilhamento de experiências e da necessidade mútua de resolver situações-problemas do cotidiano desta comunidade.


Tá pensando que sou essa professora? (risos) Sou não! Gostaria de ser. Apenas tenho pequenos deslizes de sanidade e escapulo das rédeas do currículo moldado pela maioria das instituições de ensino. Galera, ser Professora cansa, tá?! Bem, acredito que já tenham a compreensão de meu posicionamento diante das constantes “soluções” para a manutenção das aulas através de plataformas e redes sociais. O fato é que não houve uma preparação para os envolvidos em um ambiente educacional, sobretudo professores e estudantes. O primeiro porque não reconhece essa ferramenta como parceira e nem sabe utilizá-la; e o outro, por se acostumar a usá-la apenas para diversão e fonte de pesquisa rápida. E, finalmente, a necessidade de cumprir prazos faz com que as decisões sejam precipitadas. Ainda mais diante da publicação das datas de aplicação do ENEM, que, segundo o presidente do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Sr. Alexandre Lopes, foi mantida de acordo com o cronograma pela falta de manifestação daquelas que poderiam se opor, como a UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, que conhecem a realidade de cada comunidade e poderiam sugerir uma alteração neste calendário.


É verdade. Nasci um pirilampo, não uma influencer. Tenho flashes esporádicos suficientes para inspirar pessoas a desejarem a mudança. Recuso-me a acreditar que deveria ditar, ingenuamente, como todos deveriam escrever, estudar, falar, andar, agir... Podemos discutir juntos essas ações (Que tal?) e reescrever a história da humanidade com a implementação de uma Educação Libertadora.


Palavras-chaves: Aprender. Educação. Ensinar. Mudanças Culturais. Professora. Redes Sociais.

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